O estudo se detém na análise do relato pessoal de Mãe Rita, moradora na cidade de Santa Rita-PB, configurando os espaços público e privado desse sujeito, um modo de conceber a Cozinha de Santo e a prática culinária nela desenvolvida. Nossa preocupação está em perceber essas manifestações como fruto de uma herança, considerando ainda os contextos de produção nos quais essas práticas culturais existem, evidenciando a voz dos sujeitos que nelas se inserem. Como objetivos, destacamos através da memória social a preservação da Cozinha de Santo; relacionamos os sabores da Cozinha de Santo em uma espécie de memória indissociável entre espaço e experiências; verificamos entre Mãe Rita e Mãe Expedita a compreensão de seus pensamentos sobre os saberes e sabores na Cozinha de Santo; por fim, procuramos identificar os costumes, rituais, vestimentas, alimentação, religiosidade e mesmo mentalidade que marcam a prática cultural e religiosa na Casa de Mãe Rita. A análise realizada possibilitou compreender a Cozinha de Santo como universo de Mãe Rita a partir das atividades e dos discursos inerentes às práticas religiosas e às relações socioculturais implícitas entre ela.